O LEGADO

Influenciadores assumem o papel da
imprensa gay na era digital

Nova geração valoriza identidades plurais e dá continuidade a movimento criado há seis décadas

27 nov. 2023

O que começou como um movimento de resistência à opressão da ditadura militar e da epidemia da Aids, hoje se torna um emaranhado de perfis em redes sociais, cada um com uma pauta diferente. A imprensa LGBT+, que surge nos anos 1970 com o jornal Lampião da Esquina, contribuiu para a criação de um sentido de comunidade, como forma de organização política e social. Porém, atualmente, com o fenômeno dos influenciadores digitais, essa imprensa mudou de configuração, atendendo a demandas mais plurais, incluindo as diversas identidades de gênero e sexualidades.

Décadas depois do Lampião, nos anos 1990, parte desse movimento passa a ser associado a grupos militantes, como é o caso do Babado. Outras publicações focaram em suprir uma “lacuna” no mercado de consumo, e revistas para homens gays centradas na cultura pop começaram a ser publicadas, como foi o caso da G Magazine, conhecida por nus frontais masculinos.

Com a chegada da internet, os blogs e sites LGBT+ tiveram um curto tempo de vida, antes de serem substituídos pelas redes sociais, espaço ocupado pelos influenciadores que fazem parte da comunidade e abordam tópicos sobre ela. Anos depois, pesquisadores ainda divergem sobre a ideia de que essas personalidades digitais possam ser consideradas uma continuidade da imprensa gay, que já conta com mais de seis décadas de existência. Há, no entanto, a certeza de que é mais um espaço ocupado. Veja abaixo: